O Etarismo Invisível: 70% das Empresas Brasileiras Falham em Medir a Discriminação por Idade
December 22, 2025
Pesquisa pioneira da Labora e Robert Half revela a urgência de métricas claras para combater o preconceito geracional no ambiente corporativo.
A diversidade etária é um dos pilares mais estratégicos para a inovação e a resiliência corporativa. No entanto, o Brasil ainda enfrenta um desafio silencioso e profundo: o etarismo, a discriminação baseada na idade. A Labora, em parceria com a consultoria Robert Half, lançou a pesquisa “Etarismo e inclusão da diversidade geracional nas organizações”, um estudo fundamental que lança luz sobre a dificuldade das empresas em transformar o discurso de inclusão em ações mensuráveis 1.
O dado mais alarmante da pesquisa é que 70% das empresas brasileiras ainda não possuem métricas claras e indicadores definidos para medir e combater o etarismo.
A Lacuna da Mensuração: Onde a Intenção Encontra a Inação
A ausência de métricas impede que as organizações identifiquem problemas de forma precisa e implementem soluções eficazes. Embora o cenário tenha apresentado uma leve melhora em relação a 2023 (quando 80% das empresas não mediam o etarismo), a persistência desse percentual elevado indica que a maioria das companhias ainda não trata a diversidade geracional com a seriedade e a objetividade necessárias.
A pesquisa destaca que, sem dados, o etarismo permanece invisível e, consequentemente, incontrolável.
Retenção e Contradição: Os Desafios do Talento 50+
A dificuldade em medir o preconceito se reflete diretamente nas políticas de retenção de talentos maduros. O estudo aponta que 61% das empresas não possuem medidas específicas para reter profissionais acima dos 50 anos, como o monitoramento de desenvolvimento de carreira ou programas de mentoria direcionados.
| Percepção Corporativa | Percentual | Implicação |
|---|---|---|
| Empresas que afirmam nunca ter presenciado etarismo interno | 63% | Indica falta de clareza sobre o que são atitudes etaristas ou subnotificação dos casos. |
| Empresas que acreditam haver disparidade nas oportunidades de desenvolvimento entre gerações | 45% | Revela que, mesmo sem casos "explícitos", o preconceito inconsciente afeta a progressão de carreira. |
Essa desconexão sugere que o etarismo se manifesta de forma sutil, em vieses inconscientes que impactam a distribuição de oportunidades e o acesso a programas de desenvolvimento, afetando tanto profissionais mais jovens quanto os mais velhos.
O Impacto no Mercado e o Caminho a Seguir
O etarismo é um obstáculo real e sentido, especialmente por quem busca recolocação. A pesquisa revela que 2 em cada 3 profissionais desempregados consideram o preconceito de idade o principal entrave para o retorno ao mercado de trabalho.
Para reverter esse quadro, a pesquisa Labora/Robert Half indica que o passo mais urgente é o investimento em conscientização e letramento. As empresas apoiam majoritariamente soluções como:
- Treinamento da Liderança: 67% dos entrevistados apoiam a oferta de treinamentos sobre diversidade geracional para líderes.
- Palestras e Workshops: 66% reconhecem a importância de palestras para todos os colaboradores.
A Labora reforça que a superação do etarismo passa, necessariamente, pela educação e pela intencionalidade. É preciso ir além do discurso, estruturando equipes com diversidade de idades, promovendo a mentoria intergeracional e, principalmente, estabelecendo as métricas que tornam o preconceito visível e passível de combate.
A pesquisa é um chamado à ação para que as empresas brasileiras transformem a longevidade de um desafio de RH em um ativo estratégico de ESG (Ambiental, Social e Governança), garantindo um ambiente de trabalho mais justo, inovador e representativo da sociedade.
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